Os operadores de rede elétrica em Espanha e Portugal informaram que o fornecimento de energia voltou ao normal, um dia após um apagão paralisar a Península Ibérica.
Portugal
Na terça-feira, o governo anunciou que todos os 6,4 milhões de clientes de eletricidade tiveram o fornecimento normalizado após o apagão em todo o país. Em comunicado, o Governo afirmou que todos os aeroportos estavam a operar, embora ainda se registasse alguma recuperação em curso em Lisboa, e os comboios estão em funcionamento. As escolas também reabriram e o serviço de saúde foi totalmente estabilizado.
Falta de energia elétrica atinge Portugal, Espanha e Andorra, por volta do meio-dia de segunda-feira, afetando também partes da França.
O operador de rede português REN disse à AFP que “todas as subestações da rede nacional de transporte foram restabelecidas” e que “podemos agora afirmar que a rede está perfeitamente estabilizada”.
Espanha
Em Espanha, o operador da rede elétrica Red Eléctrica informou que conseguiu atender praticamente toda a procura de eletricidade do país na manhã de terça-feira, à medida que o sistema se recuperava gradualmente do apagão nacional ocorrido na segunda-feira, embora a maioria dos comboios ainda não estivessem em funcionamento.
Todas as subestações em Espanha estavam a funcionar na manhã de terça-feira, informou a Red Eléctrica numa publicação na rede social X. “Continuamos a trabalhar no centro de controlo elétrico para garantir a total normalização do sistema”, acrescentou.

O apagão generalizado afetou a Espanha, Portugal e partes da França, paralisando comboios, interrompendo voos, perturbando as redes móveis e deixando milhões sem energia, enquanto as autoridades se apressavam para restabelecer o fornecimento.
A rede de metro de Madrid informou que retomou as operações às 8h (06h GMT) com 80% dos comboios em circulação, mas o operador de infraestrutura ferroviária Adif afirmou que a maioria dos comboios no país ainda não estava a funcionar.
Um grande apagão atingiu a maior parte da Península Ibérica na manhã de segunda-feira, paralisando tanto a Espanha quanto Portugal – suspendendo voos, interrompendo os transportes públicos e forçando os hospitais a restringirem procedimentos de rotina.
O fornecimento de energia foi gradualmente restabelecido em ambos os países a partir do final da tarde e início da noite de segunda-feira, embora algumas operações ainda não tenham sido retomadas na manhã de terça-feira.
A causa do apagão de segunda-feira ainda não está clara.
O Primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou que o país sofreu uma perda de 15GW de geração de eletricidade em cinco segundos, o equivalente a 60% do consumo nacional. A perda desencadeou uma desconexão entre as redes da Espanha e da França, provocando um colapso geral do sistema espanhol, explicou Eduardo Prieto, chefe de operações da Red Eléctrica, a jornalistas na noite de segunda-feira.
Algumas zonas em França sofreram breves interrupções na segunda-feira. Autoridades da rede portuguesa sugeriram que o problema teve origem em Espanha.
A Espanha é um dos maiores utilizadores de fontes de energia renovável na Europa, mas o apagão de segunda-feira já gerou debates sobre se a volatilidade do fornecimento de energia solar e eólica tornou os sistemas elétricos mais vulneráveis a este tipo de falhas.
As razões para a perda de energia ainda são desconhecidas, disse Sánchez, acrescentando que nenhuma hipótese está descartada. O Primeiro-ministro português, Luís Montenegro, afirmou que não há “indicação” de que um ataque cibernético esteja por trás do apagão.